Estas eleições ocorrem num quadro de pouco entusiasmo político e social na medida em que todos sabemos que nos esperam medidas muito difíceis já acordadas com as entidades da EU e com o FMI. Todavia, votar é um dos aspectos essenciais da nossa cidadania e foi por esse acto simples que algumas gerações que nos precederam lutaram e, alguns até perderam a sua liberdade individual e a própria vida! E porquê? Porque votar livremente é uma expressão essencial da liberdade política. Não basta, mas é essencial!
A esta liberdade política acrescentam – se os direitos sociais e económicas imprescindíveis numa verdadeira democracia! Sendo assim apelamos a que todos os cidadãos votem e votem apesar dos constrangimentos existentes num contexto em que nos vão limitando cada vez mais os direitos económicos e sociais constitutivos do Estado Social construído ao longo de décadas e no qual as organizações de trabalhadores foram protagonistas. Segurança no desemprego e na velhice, na doença, contratação colectiva, liberdade sindical, protecção à maternidade e paternidade, apoios ás famílias, horários trabalho equilibrados, saúde no trabalho!
Estes direitos também se defendem com o nosso voto para além do sempre necessário empenhamento social, político e cultural diário de cada um. Com o nosso voto nas forças políticas que melhor defendam a democracia política, social e económica. Com as forças políticas que apesar do contexto difícil queiram reforçar o papel participativo dos trabalhadores e a responsabilidade social das empresas, de um Estado ao serviços dos cidadãos, de uma escola pública promotora da emancipação e crescimento das pessoas, de um SNS que promova a saúde dos portugueses e não seja fonte de lucros para os grupos económicos.
Em resumo um voto nas forças políticas que promovam um desenvolvimento sustentável social e ambientalmente e onde a pessoa humana esteja no centro de todas as políticas.
Lisboa, 02 de Junho de 2011
COMISSÃO EXECUTIVA NACIONAL