JOSE CARLOS SOUSA- um padre que marcou os movimentos operários católicos!

Tinham passado muitos anos. Por sugestão dos amigos e casal de médicos - António Cardoso Ferreira e Maria José – fomos visitar o padre Zé Carlos na sua aldeia Carvalhal da Aroeira, naquele domingo dia 21 de Dezembro. Assistimos à missa em que concelebrou e fomos almoçar com ele e sua irmã Lisete a Torres Novas. Nessas horas pudemos recordar outros tempos e pessoas que ligavam o padre Zé Carlos à JOC e à JUC... Pudemos recordar a Maria Elisa Salreta, o Fernando Abreu, a Palmira Lopes, o padre Jardim Gonçalves...
Faleceu três dias depois, com 85 anos de idade, na noite da Consoada e na sua terra natal, junto da sua irmã Lisete Sousa, que diariamente lhe dava apoio, e da família mais próxima. O Pe. José Carlos Silva Sousa foi assistente diocesano da JOC, em Lisboa, quando o Fernando Abreu era presidente diocesano, entre 1962 e 1968.
No final dos anos 60 e inicio de 70, o Pe. Zé Carlos acompanhou, também algumas secções da Juventude Universitária Católica em Lisboa. Daí a sua especial ligação aos então estudantes de medicina e dirigentes da JUC – António C. Ferreira e Maria José – que depois continuou. Vale a pena recordar que o Padre Zé Carlos foi nessa época nomeado para representar a Igreja junto da Associação de Planeamento Familiar – APF. No seu trabalho com os dirigentes e militantes da JUC ajudou a fazer luz perante o retrocesso que a encíclica Humana Vitae representou à medida que a influência conservadora ia “apagando” o Concílio Vaticano II.
O Padre Zé Carlos, após a sua missão de pároco, na paróquia de Nossa Senhora de Fátima, em Lisboa, passou a viver na sua terra natal - onde era naturalmente muito acarinhado – e a sua missão de padre e cidadão continuou. O seu funeral, presidido pelo Patriarca de Lisboa – D. Manuel Clemente, foi uma grande manifestação de reconhecimento pela sua vida e o seu testemunho.
José Manuel Duarte Covilhã Janeiro de 2015

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