Debater o problema “água é nossa”, não é somente falar da sua quantidade, qualidade ou da real necessidade de fazer poupança, é muito mais do que isso o que a nós diz respeito. Efetivamente estão em causa antigos e imemoriais direitos.
Dizem que há direitos legítimos e por isso adquiridos que não nos querem reconhecer como nossos, mas estes são inalienáveis e pertencem-nos desde que nascemos, já são longos os milénios e que devemos às populações nossas antecedentes que construíram muitos reservatórios, fontes, poços, aquedutos.
A água de que se querem apropriar sem o nosso consentimento, não é coisa de ninguém, pertence em primeira mão a todos os cidadãos, é tão nossa como é natural, porque é um bem único e essencial para a existência de todo o ser vivo.
A água é como um fruto selvagem que nasce da natureza, ela é propriedade de todos os seres vivos que dela dependem para todos os usos e fins, não pode ser permitido tornar-se numa mera matéria-prima para o enriquecimento privado de alguns, nem sujeita á pura especulação económica e financeira. Defender a água pública é cada vez mais imperioso e urgente, sobretudo porque provocará o desencadear de conflitos e gerará mau estar.
A demonstração está patente na animosidade trazida para lugares onde antes viviam pacíficos cidadãos, quando foram confrontados perante informações de futuros desvios de água para dar lugar á escala de grandeza necessária, á exploração privada e aos novos preços no sentido de promover os interesses das privatizações. Apostar neste modelo nada resolve, porque ainda se exige, em muitas situações, pagarem-se rendas e subsídios às futuras concessionárias. Este fato é grave porque aumenta o corte dos laços e possibilidades de participação dos cidadãos nas decisões, que devem ser tomadas em coletivo, desmobilizando-os da responsabilidade do uso consciente em proteger a água que deixa estatutariamente de ser pública e verdadeiramente de todos.
Para cada cidadão a água não é só boa para a sua vida doméstica, também dá vida ao seu próprio corpo, por isso entre toda a economia ela está sempre presente. Hoje em dia a água é, cada vez mais, a chave para reduzir e eliminar a pobreza.
É cada vez mais claro que a resolução sustentada de alguns dos maiores problemas ligados á pobreza e ao desemprego está condicionada pelo uso da água.
A água é pois a chave para um desenvolvimento sustentável e equitativo. Mas só haverá este beneficio quando esta se mantiver como matéria-prima de baixo custo, única forma para dar resposta á competitividade em muitos sectores socioprofissionais, especialmente no negócio do lazer na produtividade da agricultura e ainda outras áreas como na produção piscícola ou mesmo na energia. Esta realidade ajudará Portugal a sair do seu atual estado amorfo e desenvolver-se melhor com o aproveitamento desta enorme riqueza que temos.
João Lourenço sindicalista e dirigente associativo
loading...
Padre Constantino denuncia situação em bairro de lata no concelho de Setúbal.Uma situação inaceitável que afeta dezenas de familias,incluindo crianças. . «...Irmãos nossos da Vila Maria continuam em grande sofrimento. Estão já sem electricidade...
No âmbito das “ FESTAS DA RÃ “ na Abóbada, S. Domingos de Rana, realizou-se um Colóquio sobre a temática do desemprego. Em que estiveram presentes cerca de quatro dezenas de pessoas interessadas.A BASE-F.U.T., foi convidada para contribuir com...
Joao Lourenço, sindicalista da BASE-FUT foi um dos animadores do debate efetuado na Covilhã, em 19 e 20 de Maio organizado em parceria por várias associações e sob o tema a «crise atual e os ventos de mudança». Agora apresenta mais alguns contributos...
Brandão,li com conforto solidário o texto que escreveste sobre o nosso companheiro Virgílio.As palavras são poucas para o recordar mas o que importa,é continuar o seu projecto por uma sociedade livre, justa e fraterna. O meu filho que sente dor pela...
Artigo de J. Lourenço, sindicalista. Sem a garantia do direito à água em quantidade, qualidade e a um preço justo e economicamente acessível a todos os povos, os direitos humanos estão postos em causa e longe de serem cumpridos. Estamos a tratar...