Greve e Passeata em Niterói
Sindicalismo

Greve e Passeata em Niterói



A professora Loíze Pessanha dialoga com a população durante a passeata.





Como aprovado na última assembleia da categoria, no dia 29 de junho, e confirmado no dia de ontem (01/08), às 8h no DCE-UFF, os Profissionais da Educação Municipal de Niterói deflagram a GREVE na Rede.



Numa assembleia representativa, com a presença de 27 escolas, inclusive de regiões comumente pouco presentes, foi aprovada pela maioria que a rede entra em luta contra Jorge Roberto Silveira, e seu representante na Educação, Claudio Mendonça.



Finalizada a assembleia, a Rede Municipal de Educação de Niterói, em unificação com a Rede Estadual de Educação, saiu em passeata pelas ruas da cidade, com palavra de ordem e falas que procuravam esclarecer a população sobre a realidade das escolas da rede. Realidade esta que muitas vezes permanece camuflada e restrita aos profissionais dentro das escolas. Denunciou-se o assédio moral que o governo tem imposto aos trabalhadores da educação, como carga horária excessiva para funcionários, que tem sua vida funcional reduzida por doenças causadas pelo estresse e excesso de trabalho; professores com diversas doenças, inclusive nas cordas vocais, que têm perdido tempo para o ‘pensar pedagógico’, pois ao longo dos anos foram retirados da escola diversos profissionais como os da sala de informática, de leitura, o articulador pedagógico etc; pedagogo que hoje exerce dupla função; cozinheiras que trabalham 40h e em escala industrial; e assim por diante. E isso se reflete numa precarização do ensino para os filhos da classe trabalhadora, pois, afinal, os filhos dos governantes estudam em escolas particulares pagas com os altos salários de seus pais, e não nas escolas que eles mesmos administram.



A passeata percorreu as ruas do Centro de Niterói, concentrando-se na frente da Prefeitura. Foi solicitada pelos profissionais em greve uma audiência com algum representante do governo para discutirmos a pauta da greve. Pasmos, os grevistas constataram que não havia ninguém do governo na casa, não havia ninguém que respondesse pela cidade de Niterói no momento da manifestação (como aconteceu na tragédia no Morro do Bumba, em que o prefeito demorou quatro dias para se pronunciar sobre o acontecido, pois não estava na cidade). Inicialmente, a Guarda Municipal não queria permitir nem a entrada da Comissão que tentaria uma reunião no prédio da Prefeitura. Após pressionar, sem confronto, paulatinamente os manifestantes ocuparam o saguão da prefeitura, arrancando uma audiência com a Secretária de Educação, Maria Inês, às 14h do mesmo dia (01/08). Com a garantia da reunião, dividimo-nos nas tarefas de visitar escolas para fortalecer a greve e nos encontrarmos com a secretária. Conforme prevíamos, nos recebeu para dizer, mais uma vez, que não vai atender às reivindicações da categoria.



A professora Loíze Pessanha, do SINDICALISMO MILITANTE, resumiu a situação: "Portanto, o governo nos força a permanecer em greve, pois não quer negociar! Nós não daremos nenhum passo atrás em nossa luta por dignidade profissional, melhoria na educação dos filhos da classe trabalhadora. Queremos e precisamos de uma sociedade qualitativamente diferente!"




Saudação de nosso Movimento aos/às grevistas de Niterói



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