Fortalecendo a GREVE em Niterói
Sindicalismo

Fortalecendo a GREVE em Niterói


Nos dia 29 de junho, às 9h, no DCE-UFF, foi deliberada em Assembléia pela categoria dos Profissionais da Educação de Niterói, a deflagração da GREVE na rede, tendo seu início no dia 1º de agosto. Em conjunto com esta deliberação, foi aprovado um calendário de luta e construção da greve com paralisação nos dias 06 e 07, na primeira semana de julho, e 12 e 13 na segunda semana, antes do recesso, para o não retorno no segundo semestre.


Nesta semana, nos dias 06 e 07, a professora Loíze Pessanha, do Sindicalismo Militante, se incorporou ao Comando de Greve, realizando nos dois dias, visitas em escolas, para construir e fortalecer, junto com seus companheiros, o movimento grevista. No dia 06, foram visitadas 6 escolas e no dia 07, 5 escolas. Houve diálogo com merendeiras, serventes, professoras(es), diretoras e pedagogas, além de reuniões com os pais em duas escolas: E. M. Altivo César e E. M. Maria Angela Moreira Pinto.


A partir destas visitas, pode-se sentir que o movimento cresve, muitas pessoas demonstrando sua insatisfação com a desvalorização profissional que a categoria tem sentido em Niterói: merendeiras sofrendo no interior das cozinhas - que de tanto trabalhar de maneira inadequada possuem sua vida útil reduzida a menos de dez anos, sendo muitas delas readaptadas com 6 ou 7 anos de trabalho; professoras que adoecem com Síndrome de Burnout, cordas vocais com calos e outras doenças, enfrentando sozinhas em sala de aula - devido ao número reduzido de funcionários nas escolas e a alunos desrespeitosos, sendo muitas vezes ameaçadas por estes; serventes sendo responsáveis por limpar escolas imensas de 3 ou 4 andares, sozinhas(os) em seus turnos, dentre muitas outras denúncias. Este foi o teor das discussões realizadas nas passadas. E, nas próprias visitas, a professora Loíze presenciou merendeiras cortando, sem parar, fígado em bacias inteiras, mesmo enquanto dialogava com as mesmas; presenciou também, uma merendeira transportando, com um companheiro, uma panela de arroz, de um metro etc. Esses profissionais são cozinheiros, não merendeiros, têm direito a melhores salários e carga horária reduzida sim!


A realidade nas escolas não está escondida, está lá para quem quiser ver. Estava lá também a insatistafação expressa nos olhos e palavras de nossos companheiro e companheiras. E o trabalho realizado nas passadas foi alimentar a fé nas conquistas que este movimento pode arrancar dos governos, pois eram sempre lembrados que foi a greve de 2000 que arrancou o plano de carreira da categoria, pois nem isso tínhamos (hoje em Niterói, somente as áreas da Saúde, Educação e Artes têm Planos de Carreira); em 2005, o piso salarial dos professores era de R$ 525,00; hoje, graças à greve ocorrida neste ano e os 15% (Data-Base + 8,7%) conquistados por nós, nosso Piso é de R$ 1.004,28 para professor de séries iniciais, e R$ 1406,00, para professor especialista. E ainda é insuficiente!


A professora Loíze explica: “Claro que percebemos também, em alguns, algum sentimento de medo em participar do Movimento, sentimento este relacionado, principalmente, ao corte de ponto, mas podemos sempre contar ao nosso favor as vitórias recentes do Movimento dos Trabalhadores da Educação. Lembramos sempre em nosso diálogo que os trabalhadores grevistas de Caxias, Nova Iguaçu, Santa Catarina, e agora, a Rede Estadual, conseguiram a legalidade de sua greve e a liminar para que os grevistas não sofram cortes de ponto. Contar com as vitórias recentes do Movimento traz um novo fôlego ao debate e maior confiança na luta”.


Desta forma, o Movimento em Niterói continua, na construção da Greve. Na próxima semana, nos dias 12 e 13, as visitas continuam.


Construindo a greve em Niterói!
Pela valorização dos Profissionais de Educação!
Sem corte de ponto, pois lutar é um direito!



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